9 de nov. de 2011

Teu sorriso idílico





Peguei um cinzel,
tinta e pincel para tua face esculpir.
Sua linha turva me fez hermético,
te fiz anjo.

Este langue que é teu corpo solto,
cheio de remanso,
parece sol da cor de osso.
Minha mente te canoniza.

Peguei tinta grossa e manchei minha camisa...
Fiz-te Mona lisa.
Pintei seus olhos anelando teus beijos,
esculpi teus lábios

desejando teus olhos vivos.
Segui tuas curvas mentalmente com
meus dedos meio canhestros,
e logo as cores alvacentas foram lhe dando forma...

Fiz teu sorriso meigo.
Imaginei teu corpo no meu leito,
e tua alma sempre repousando ali,
na minha galeria.

Deixei de ser ateu,
fiz-te fantasia,
mas tua voz sempre desfalecia em mim.
Só teus erros foi o suficiente

para deixar uma boa mácula,
mas mesmo assim fiz-te sobejar...
Dei-lhe flores,
e até amor eu soube dar.

E na tíbia luz do seu quadro pálido,
derramei tintas vermelhas e azuis...
Fiz você no céu, pintei estrelas. 
Você não pode aparecer das cores,

nem ser escrita no papel,
mas é inextinguível ao meu delírio
mais antigo quando me lembro do teu sorriso idílico
ao ressaltar do quadro novo!



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