25 de abr. de 2012
Apetecida
Deixa meu corpo encostar
em teus ossos e sentir
tua febre desejando minha
moldura dos quadris em graus de fome!
Deixa chover sobre nossa
pele o gosto do céu,
e quem sabe o sol
apareça sorrindo no horizonte.
Quero que desobedeça
suas mãos libido
e deixe-a retratar a nossa
dor da sorte, que arde e morde...
Leva meu nome, meu botão,
minha sombra, meus beijos.
Tatua-me tua alma
sem medo.
Deixa-me apetecida,
só não deixe feridas
no meu peito, é que agora
você faz parte da minha vida.
E a rua fértil do meu corpo
são vias do gosto que
ferve de amores por você!
24 de abr. de 2012
Amada
Ela deitou-se com a roupa molhada
no chão do quarto.
Está dormindo, tendo pesadelos
infindos...
Um corpo, uma alma, uma amada.
Acorda a rosa que está despetalada
na sua estrada do quadro derramado...
Essa ai, estirada.
Essa ai, estirada.
Não deixe a tinta dos olhos
dela molhar outro ombro,
nem os cacos dela
ferir seus pés no tapete encharcado.
Deu pena, a maquiagem borrada,
o cabelo embaraçado e o coração
debilitado.
Quebre o orgulho e acorde a bela...
Desfaça a figura triste
que lhe machuca só
porque a figura manchou a sua tela.
Quem sabe ela não tem pincel, mas é sua pintura.
Acorde-a,
repinte-os...
Quem ama, cuida!
23 de abr. de 2012
Apenas você
Sirva-me um chá
e deixa eu lhe contar com os pés
descalços, encolhida em seus braços,
os embaraços que a vida me deu...
Quanto nada invadia
meu dia, me acompanhava,
dava-me a mão
e me seguia.
Eu era esse nada que guiava
e o nada me escolhia.
Dançava valsa com os beijos
cegos de desejo e desfalecia.
Engenho meu e a solidão eu escupia.
Os amores cumprimentavam
meus vestidos e as flores a eles
caiam onde eu passava.
Quem sabe eu era um nada
porque nada de mim eu dava...
Rabiscava os nomes
e nem saudades sentia.
Sirva-me um chá
e deixe eu lhe contar
toda dor que não doía
porque ninguém eu gostava.
E dance comigo
enquanto o chá esfria.
Meu tudo, me guia...
12 de abr. de 2012
Inverno sem você
A luz é tíbia
nos escombros do meu peito...
As cinzas que respiro
são dez cigarros de consolação.
Queria respirar os álamos
da praça e ver duas sombras
esquecidas. Aviventar os beijos
da alma viva.
Mas meu relógio partiu
junto ao trem das oito,
e de recordação você
só deixou um chapéu na estação.
Hoje deitada
em crepúsculo, vi a névoa
pela janela... Estava sem asas
no leito perdido a sua espera.
Devolva-me o dia,
meu rei...
As minhas asas não funcionam mais.
Devolva-me a paz.
5 de abr. de 2012
Pérola da alma
Cansei desta gente
rodeando meu coração.
Eu não sou só beleza,
tenho riqueza no peito
e lá mil defeitos na emoção!
Não sou de qualquer
palavra e nem
estou acostumada
a me entregar por qualquer
canção.
Sou diamante de papel frágil à pureza.
Sou essa qualquer coisa
de uma caixinha de surpresas.
E não tenho pressa para abrigar
um coração... Falo isso pela razão!
E não espere que eu adore
quando me chamar de
''meu amor'' todos me chamam assim!!
Quero o que é natural
e não filas de atenção ao meu corpo.
Viu por acaso se meu carinho é torto ou
se vou pôr flores no café com pão?
se vou pôr flores no café com pão?
Não sou uma pérola que
alguém escolhe usar
- todos gostariam de ganhar!
Sou a pedra que prefiro escolher
a quem quero enfeitar.
Porque sou uma só,
e só um pode me enfeitiçar.
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