Sirva-me um chá
e deixa eu lhe contar com os pés
descalços, encolhida em seus braços,
os embaraços que a vida me deu...
Quanto nada invadia
meu dia, me acompanhava,
dava-me a mão
e me seguia.
Eu era esse nada que guiava
e o nada me escolhia.
Dançava valsa com os beijos
cegos de desejo e desfalecia.
Engenho meu e a solidão eu escupia.
Os amores cumprimentavam
meus vestidos e as flores a eles
caiam onde eu passava.
Quem sabe eu era um nada
porque nada de mim eu dava...
Rabiscava os nomes
e nem saudades sentia.
Sirva-me um chá
e deixe eu lhe contar
toda dor que não doía
porque ninguém eu gostava.
E dance comigo
enquanto o chá esfria.
Meu tudo, me guia...
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