12 de abr. de 2012

Inverno sem você



A luz é tíbia
nos escombros do meu peito...
As cinzas que respiro
são dez cigarros de consolação.

Queria respirar os álamos
da praça e ver duas sombras
esquecidas. Aviventar os beijos
da alma viva.

Mas meu relógio partiu
junto ao trem das oito,
e de recordação você
só deixou um chapéu na estação.

Hoje deitada
em crepúsculo, vi a névoa
pela janela... Estava sem asas
no leito perdido a sua espera.

Devolva-me o dia,
meu rei...
As minhas asas não funcionam mais.
Devolva-me a paz.

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