3 de mai. de 2012

Himeneu


Quebre essa parede
e vem matar a sede
que bebo
com volúpia.

Tira esse véu
e deixa eu pôr o anel
que define o nosso amor
em núpcias.

Deixa os nós, os nus e os tais
serem reais. Concretamente,
deixa-me banhar nos sais
pelos quais te revolveu.

Quero ser teu,
quero ser teu,

na banheira,
nos quintais,
nos sonhos fatais.

Quero ser eu
suas digitais, pois depravado sou
e não vou morrer jamais
se me jurar uma noite de amor.

Vem, me abrace.
Quero ser eu
o que é teu, nem que seja
só plebeu... Me enlace!


2 de mai. de 2012

Traição


A transe não move fios da mente,
e vai congelando suas vistas,
desfilando suas pálpebras
em calda fervente.

Essa coisa que
lhe assassina subitamente
tão de repente, lhe apavora
nos segundos de tortura.

Ela, a dor
é como um parafuso
sendo desenroscado
do seu estômago, e se demora...

O ponteiro para,
o som se ampara,
o chão se abre rapidamente
e sua alma se escora.

A dor que dói não é dor que mente,
é atrocidade de certa gente transportando
poluição aos seus olhos perdidos sobre
o beijo traindo sua boca simultaneamente.