13 de dez. de 2011
Recôndito
Há jardim em Júpiter,
sim, há goiabeiras rosadas
como a pele de Afrodite.
E este mundo subterrâneo
com trilhas vagas
de memórias de orvalho.
Sonhei a me dar vertigem
da face que nem vi.
A beleza do deus que não penetra em meus olhos.
Pesadelo infindo
ao que tudo aprendi.
Não acreditei na beleza surreal.
Alado, ele me conduzia
com a brisa, e me enfeitava noiva
do teu olhar recôndito.
E minha curiosidade inata
despertou-me a vontade
de assassinar a lei que me deste.
Tinha de acreditar
nas flores que me tinha sem vê-las,
através dos cheiros e dos espinhos.
Amar a face que não via era um desafio.
A lenda grega forçou-me
a rasgar tua máscara, oh Eros...
E eu Psique, desorientei o nosso amor aos ventos.
1 de dez. de 2011
Malditas pedras
Lá vem um barco tresvariando
o horizonte -
Calhau em confusão a um meteoro
brilhante.
Da amplidão solitária,
o pirata em remanso,
descansa ao tentar caçar
rosas do mar.
O oceano ri poeticamente
da face pobre que ali procede-
Içar velas sem velejar !
É que a ganância assassinou-lhe o roseiral;
Envelheceu o coqueiral e,
despertou-lhe a sede!
É que a ganância lhe abrochou sossego...
Este ai, vagando no leito de madeira
cansada, sem rumo, sem nada!
Lá vem um barco delirando o horizonte...
Sem os remos e amontoados de
diamantes.
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