25 de fev. de 2012
Tarde em Paris
Minhas mãos na seda
sede a dança em mesa.
Pego o borgonhês e
seco o vinho que acompanha a massa.
Duas taças, três taças,
e meu decote de freguesa
pra dois moços em outra mesa.
Vez outra uma garfada.
Meu ufanismo perigoso
encorpora meu pouso dos
dedos sobre os óculos.
E vejo turvo... será o álcool?
Cruzo as pernas, peço um café,
retiram os pratos, e me
desenho fina, num elegante
restaurante da esquina.
Cafeína, é nada!
Joguei o euro,
vesti meu casaco francês,
e ignorei a dor nos pés.
Na saída, procurei meu cigarro,
adiantei com um pigarro,
dei dois tragos e retirei meus
sapatos para dançar na neve.
Insânia, morfina, heroína?
Que nada!
é coisa fina, pois sou menina...
E só me deram um mês de vida.
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