9 de jun. de 2012

Apocalipse


Sim, eu vi sete caminhos
abandonados
de rios e lagos e um remo
a boiar sozinho

E os meus olhos vendo de perto
sombras de um deserto
Pássaros feridos, esperançosos
deleitando a céu aberto

De repente a penumbra
de longe repartia o clarão,
e das areias molhadas surgia
uma mulher que abraçava o moço d´água

Era a imperatriz comprometida
a virar lama sem saída
Dama marcada,
destruída!

Sim, eu vi quatro cavalos de guerra
a descer das nuvens
e um dos cavaleiros segurava um
rolo com sete selos

Os galopes relinchavam
trovoadas rasgando
a névoa da alvorada
e nenhum receio eu sentia

Eu vi do outro lado
da ponte Miguel
a derrubar Babilônia,
a grande!

Esguardei tudo de perto
em um casulo onde
não fugimos da linhagem velha
de uma pele a sete palmos da terra.

Sim, a profecia estava
a se cumprir
sobretarde, sorrateiro

Eu sorri
Não tive medo...
Sabia que estava pra chegar
uma era de paz e sossego!


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